quarta-feira, 7 de maio de 2008

Drummond

Senhores, cá estou de volta, ora pois. Bacana o filme de ontem, hã? Juliana Zaroni, mais conhecida como Charlize Theron, nos indicou esse poema do Drummond. Referência à aula de segunda-feira passada.

Igual-desigual Drummond
Eu desconfiava:
todas as histórias em quadrinho são iguais.
Todos os filmes norte-americanos são iguais.
Todos os filmes de todos os países são iguais.
Todos os best-sellers são iguais.
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais.
Todos os partidos políticossão iguais.
Todas as mulheres que andam na moda
são iguais.


Todas as experiências de sexosão iguais.
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais
e todos, todos
os poemas em versos livres são enfadonhamente iguais.

Todas as guerras do mundo são iguais.
Todas as fomes são iguais.Todos os amores, iguais iguais iguais.
Iguais todos os rompimentos.
A morte é igualíssima.
Todas as criações da natureza são iguais.
Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais.
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou
coisa.
Não é igual a nada.
Todo ser humano é um estranho
ímpar.

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